quinta-feira, 16 de abril de 2015



N'kis encontrou di madrugada só pa n odja sol ta naci di bu sorrisu.

terça-feira, 14 de abril de 2015



Quando escrevo, nunca digo tudo;
Pois alguma coisa preciso guardar só pra mim.
Quando escrevo, omito alguns fatos, algumas vírgulas,
Porque o papel não guarda segredos...
Eu minto
Pra proteger os olhos de quem lê,
Pra evitar que a boca se abra em exclamação,
Ou que as lágrimas amargas brotem sem cair.
Quando escrevo, faço isso por mim,
Pelos meus demônios.
Não posso guardá-los o tempo todo,
Preciso liberá-los, me exorcizar...
Escrevo porque as experiências, por vezes, são pesadas demais,
Para ombros tão pequenos!
E noutros, são doces demais para uma alma que é meio ácida...
Se escrevo, e o faço sem excelência alguma,
É porque as palavras permitem reviver aquilo que me prende o fôlego,
E reinventar o que me prende o choro.
Eu escrevo porque sou egoísta:

Não sei me compartilhar com outro ser que não eu mesma.


Às vezes me angustio por não entender algumas coisas,
Mas por que precisamos sempre saber tudo?
A dúvida é graciosa em seus gestos;
E a incerteza não guarda em si as possibilidades?
Por que precisamos da vida explicada, qualificada, quantificada à nossa frente
como uma expressão matemática:
sem erros, sem margens para o talvez, o quem sabe, o tomara...?
Por que essa necessidade de exatidão, de precisão,
de ter a vida segura nas mãos,
apertada, contida, parada...?
Vida não é pra se guardar, não é pra se prender,
Vida é borboleta que precisa estar solta
alegre, exibindo suas cores por aí,
pois seu tempo é curto demais.
Tentar racionalizar a vida é absolutamente irracional
pois isso retira toda a suavidade de seus temperos
consome suas mágicas coincidências,
distorce sua beleza.
Racionalizar cada pedacinho de vida
é como perder tempo explicando sobre os ingredientes, sabores, aromas, cores de uma sobremesa ao invés de prova-la;
É iludir-se achando que saber tudo sobre uma fruta é o mesmo que mordê-la fresca...
Apreciar a vida é mais urgente que compreendê-la.

Convivência felina



Silêncio também é conversa; 
Carinhos não precisam de alarde;
Amor não sofre de desespero;
Companhia não significa dependência;
Liberdade não é sinônimo de indiferença;
Olhares trocam até a alma de lugar;
Lealdade não é subserviência;
Exigir o que é seu de direito é amor próprio, e dar as costas para o que não faz bem, também...
Aliás, amor próprio não é sinônimo de falta de cuidado com o outro! 
Deitar ao lado quando se poderia deitar onde quisesse, é carinho;
Ficar juntinho quando o outro está triste, mesmo sem dizer nada, é carinho;
Tocar o braço ou a mão quando não se tem mais nada a fazer, é carinho;
Doar-se, expondo seu lado mais frágil: a maior prova de amor!
Brincar sem motivo, sorrir sem motivo, brigar se tem motivo: simples convivência.
Mas como explicar tudo isso para quem não tem gatos?