sexta-feira, 3 de outubro de 2008



Noite quente,
Transparente
Transpirante.
Soa a melodia de cheiro leve e almiscarado
Que foi pautada pela saudade
E tem um sabor salgado,
Mas que é doce enfim...
E o arrepiar da pele
E o suspirar involuntário
Fazem soar tambores
Que dão ritmo à dança.
Toca e canta nessa ciranda
De pulsar latente
E ritmo oscilante.
Desfaz o nó do peito
Descansa enfim o corpo lasso
Estreita um pouco mais o forte laço
Que une duas cantigas errantes.
E o vestido de perfume
Se espalha pela cidade.



Me perdi no mar

Com os olhos submersos no encanto

Comendo o silêncio

Como a uma fruta madura

Saboreando cada pedaço

Das palavras não ditas.

Me perdi no mar

Presa, solta num par de braços

Meu coração como um cavalo selvagem

Cavalgava em disparada.

O tempo em greve,

O som fresco e quente de um beijo

E uma estrela nasceu.



É preciso talvez mais uma felicidade

Mais uma dor

A dor mais forte que todas as dores.

Quem sabe mais uma surpresa

E um belo final de tarde.

Talvez seja preciso uma nova descoberta

Ou a simples descoberta do que já se sabe.

Uma canção, uma visão

O alazão do tempo...

Não sei.

Talvez um livro, um sonho, um filho

Ou quem sabe a ausência de tudo isso.

Quem sabe uma certa nota adocicada

Ou um profundo amargor.

É preciso talvez apenas um sorriso

A lágrima que nunca caiu.

Quem saberá, ao certo,

O que é preciso para o total conhecimento

De suas esquinas?