domingo, 14 de dezembro de 2008

Inócuo


Vamos pular, vamos correr

Num mundo onde as dores não existem

Onde não é preciso buscar abrigo

Nas sombras do dia...

Vamos dançar, vamos sorrir

Como aqueles que não têm passado

Como aqueles que não sabem

O que quer dizer amanhã.

Sei que você pode

Sei que você quer

Sei que dentro de você há

Um belo arlequim

E hoje é carnaval!

Dance!!!

Dê-me a mão

Solte seus pés

Abra seus braços

Para o inusitado

Crie, invente, sonhe

Um novo alguém

Para ser, para se deixar

Levar por essa correnteza

Pelas ondas doces

Que embalam os suspiros.

Se lance, sem medo

Esqueça que um dia caiu

Seus joelhos cicatrizaram agora

A dor é apenas uma lembrança amarelada,

Seja, seja pelo menos hoje

O arcano zero

O início,

O fim,

Seu

E se doe.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008



Noite quente,
Transparente
Transpirante.
Soa a melodia de cheiro leve e almiscarado
Que foi pautada pela saudade
E tem um sabor salgado,
Mas que é doce enfim...
E o arrepiar da pele
E o suspirar involuntário
Fazem soar tambores
Que dão ritmo à dança.
Toca e canta nessa ciranda
De pulsar latente
E ritmo oscilante.
Desfaz o nó do peito
Descansa enfim o corpo lasso
Estreita um pouco mais o forte laço
Que une duas cantigas errantes.
E o vestido de perfume
Se espalha pela cidade.



Me perdi no mar

Com os olhos submersos no encanto

Comendo o silêncio

Como a uma fruta madura

Saboreando cada pedaço

Das palavras não ditas.

Me perdi no mar

Presa, solta num par de braços

Meu coração como um cavalo selvagem

Cavalgava em disparada.

O tempo em greve,

O som fresco e quente de um beijo

E uma estrela nasceu.



É preciso talvez mais uma felicidade

Mais uma dor

A dor mais forte que todas as dores.

Quem sabe mais uma surpresa

E um belo final de tarde.

Talvez seja preciso uma nova descoberta

Ou a simples descoberta do que já se sabe.

Uma canção, uma visão

O alazão do tempo...

Não sei.

Talvez um livro, um sonho, um filho

Ou quem sabe a ausência de tudo isso.

Quem sabe uma certa nota adocicada

Ou um profundo amargor.

É preciso talvez apenas um sorriso

A lágrima que nunca caiu.

Quem saberá, ao certo,

O que é preciso para o total conhecimento

De suas esquinas?

sábado, 29 de março de 2008

Seu olhar...


São os seus olhos
- janelas da alma -
Que me carregam,
Que me levam
E me deixam sempre um pouco mais,
Um pouco mais assim
Um pouco mais em mim
Um pouco mais
Sempre mais
De você...

domingo, 20 de janeiro de 2008



Nosso amor ficou
Nas ruas
Nas janelas
Ficou morto na rosa
E na onda.
Nosso amor ficou
Guardado na poeira da estrada
Borbulhante na taça
Ficou solto no céu.
Nosso amor morreu
De tanto amar,
De tanto querer.
Sonhou em nossos olhos
Correu por entre as pessoas na rua
Brincou com seus próprios dedos.
Nosso amor ficou
Nas copas dos flamboyants
Nas obras de Rodrigo
Na fachada das igrejas.
Ficou lá atrás
Em nós dois
Onde nunca seremos nós.


Forte criança
Senhora da alegria
Amiga protetora
Flecha veloz.
Macia coincidência
Encontro da vitalidade e do amor
Harmonia entre
Alegria e calor.
Olhos cor de outono
Que falam sobre carinho
Diálogo sempre bem vindo.
Minha flor,
Meu eterno bebê.
Rainha suprema
Deusa da magia
Amor incondicional
Que eleva a vida.
Gostoso abraço
Carinho sincero
Sempre em alerta.
Não sei como dizer
O quanto você é grande...
Minha linda flor
Meu eterno bebê
Pequena Ísis.