sexta-feira, 3 de julho de 2015


Houve dias de riso frouxo
Onde a felicidade dominava tudo ao redor
O coração sequer batia
Ele flutuava junto às nuvens...
Houve dias em que o amor
Era a única lei
Nada além de estar
Nada além de ser
Tudo reafirmava o que os olhos sabiam
Tudo cantava o que a voz dizia:
Que tudo estava em seu lugar.
Eram dias de glória
Eu era a Rainha absoluta desse reino particular.
Nossas muralhas eram feitas das flores que me enviava,
Nossos sonhos eram nossos súditos,
E não havia nada mais a se conquistar, nenhum medo de se perder...
E foram tantas juras,
Construímos juntos várias existências pra nós dois,
Será que gastamos nossas vidas apenas imaginando?
Será que apostamos nossas fichas sem perceber que já estávamos perdendo cada uma delas?
De repente tudo se perdeu,
Éramos dois estranhos que se conheciam intimamente
Eu adormecia ao seu lado
Mas não sonhava mais com nós dois.
Cada dia apenas passava.
As cores sumiram.
Eu não tinha mais sua mão,
Você não tinha mais meu sorriso,
Eu fazia o seu prato predileto,
Mas você achava comum;
Você me dedicava delicadezas
Que eu já não enxergava mais...
Éramos apenas sombra de um Rei e uma Rainha
Que um dia se amaram.
Éramos apenas uma história em páginas amareladas.
Não havia mais graça,
Não havia mais beleza,
O que nos cegou?
O que tirou o prazer na companhia um do outro?
Nos jogamos num abismo
E não soubemos mais sair dele.
Banalizamos o que era raro,
Desvalorizamos o inestimável,
E cada um buscou o que lhe faltava naquilo que conhecia:
Eu na solidão, você em outros braços,
Juntos e tão distantes,
Erramos em não amar o amor,
Em não cuidar e cultivar
O que tínhamos de mais belo na vida:

Nós dois.

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